Aumentou quase 30% o número de reclamações contra planos de saúde, na ANS, por causa de rescisões unilaterais de contrato.
Estar com o Daniel é um privilégio. Pouco tempo atrás, ele evitava o contato com qualquer pessoa, não emitia nenhum som e precisava de ajuda para tudo. Atualmente, já se veste sozinho, fica abraçado, responde perguntas. O irmão dele, o João, também foi diagnosticado com transtorno do espectro autista e, da mesma forma, melhorou muito com o tratamento. Os irmãos avançaram com sessões diárias de terapia durante dois anos. Até que, de repente, o tratamento foi interrompido.
“Dia 29 de julho foi quando meu pesadelo começou. No final do dia, recebi um e-mail e nesse e-mail falava o seguinte: o plano do seu filho vai ser cancelado por inadimplência”, conta Queli Cristina Vieira Santana, autônoma.A mãe provou que estava tudo pago, mas não adiantou. Dois dias depois, os filhos estavam sem plano de saúde. Entidades de defesa do consumidor cobram da Agência Nacional de Saúde Suplementar medidas efetivas de proteção aos clientes.
“O Judiciário tem entendido que essas práticas são abusivas, mas a ANS ainda se recusa a criar resoluções normativas que inibam essa prática”, afirma Lucas Andrietta, coordenador do Programa de Saúde do Idec.